sábado, abril 05, 2008

Mais uma entrevista da séria série "entrevistas com quem você ama"

O Programa Garagem foi até lençóis Paulista em uma tarde ensolarada e cheia de espirros para entrevistar por e-mail o novo fenômeno da música independente nacional. Rafael Castro!

Rafael Castro é de Lençóis Paulista. Músico, compositor e naturista, Rafael era integrante da extinta banda paulista SuperQuase. Hoje, ao lado de sua nova banda, “Rafael Castro e Os Monumentais”, lançou cinco discos em menos de três anos.


Se você nunca ouviu Rafael Castro e Os Monumentais, clique aqui e ouça!

Uma vez fui falar com você e você disse que eu era amigo do Cleyton. Eu não conheço nenhum Cleyton. Você sabe quem eu sou?
Você, não. O Cleiton que eu conheço é com I.

Por que o Superquase acabou? Você se sentiu abalado com o fim do SuperQuase?
O SuperQuase acabou porque o baterista, o Marcelo, saiu da banda porque tinha que trabalhar, fazer faculdade, etc. Daí eu fiquei um pouco desesperado porque em Lençóis Paulista não tem muitos bateristas e de desânimo pra procurar um novo baterista levei a banda ao fim.
(Rafael sorri e responde com uma voz branda e aveludada) Me senti muito mais livre pra compor as músicas mais estranhas, aquelas que dificilmente seriam tocadas pela banda um dia; então fiquei de boa.

Onde você arrumou os Monumentais? E de onde diabos você tirou esse nome?
Eu arrumei chamando caras que já tinha tocado comigo no SuperQuase. Depois do fim da banda eu continuei fazendo os acústicos que sempre fiz com o Cleiton pra levantar uma grana, daí as pessoas que assistiam esses acústicos me torravam pra eu tocar músicas minhas e não isso era a proposta do acústico e, muitas vezes, muito menos a proposta do bar. Os Monumentais são o Filipe, no baixo, e o Marcelo que saiu do SuperQuase, na bateria. O Filipe foi o primeiro guitarrista do SuperQuase, então pode-se dizer que é a mesma banda, reduzida, e com um nome muito mais egoísta e imponente.
O nome “Os Monumentais” eu achei bonito.

Esse lance de falar que você grava tudo em casa, é real mesmo ou é só uma estratégia de marketing?
É real. Gravo tudo em casa com aqueles microfonezinhos de PC, aqueles de plástico que vêm com o micro quando você compra em loja de eletrodomésticos. Isso também é uma estratégia de marketing, mas, convenhamos, uma péssima estratégia. E eu tenho medo disso; (Rafael olha para o próprio pé e espirra) as pessoas podem se encorajar a fazer gravações caseiras toscas e a gente pode acabar sendo bombardeado com mais um lote de música de péssima qualidade.

Recentemente comentamos sobre você no Programa Garagem. Falamos que você é um compositor insaciável. Você concorda?
Acho que concordo. Acabei de compor uma música chamada "Fazenda". Nela eu sou um monte de bicho junto, a voz da bicharia de corte prestes a ser abatida sendo judiada por uma senhorinha fazendeira que eu amo.

Eu sei que você regravou algumas músicas que eram do SuperQuase, mas mesmo assim, foram 5 CDs em três anos. Você pretende seguir esses números?
(Rafael fica embaraçado, pede gelo, vai no banheiro, volta, fuma um cigarro e espirra) Na verdade, foi o SuperQuase que regravou algumas músicas que eram minhas e já pertenciam a esses álbuns; umas três. A grande maioria das músicas que saíram como SuperQuase era o velho Rafael Castro de sempre que continua até hoje.

Podemos esperar no mínimo mais um CD ainda pra esse ano?

Sim, agora que estou voltando pra Lençóis depois de uma frustrada incursão pela capital do meu estado, São Paulo, poderei voltar pro meu quarto, onde gravo as coisas. É muito provável que saia mais um disco completo pra esse ano e um EP no estilo da "Serenata do Capeta", com regravações da fase super-tosca antes do "Fazendo Tricot" que não foram publicadas.

Você pretende lançar um "The Best of Rafael Castro e Os Monumentais"?
Acho que não tem porque. Qualquer pessoa com banda larga baixa tudo lá do Myspace e cria seu próprio "Best Of Rafael Castro e Os Monumentais" em alguns minutos.

De onde você tira tanta música? São fatos reais?
Eu sou vagabundo por natureza. Odeio trabalhar, mas também odeio que me chamem de vagabundo; daí eu fico fazendo uma música atrás da outra pra dizer pra mamãe que eu estou trabalhando – ela acredita, canta junto e até já participou de gravação, papai também. (Rafael não se agüenta quando começa a tocar "Beat It", vai dançar e volta) Em síntese eu tiro as músicas da pressão familiar.
Muitas músicas são frutos de experiências reais, sim. É melhor não dizer quais exatamente seguem essa premissa porque ninguém mais gosta de roqueiro sociopata transviado.

Você realmente sente saudade do seu cabelo?
Quando eu fiz a música eu realmente sentia falta dele, sem cabelo eu sou um boboca, o cabelo escondia isso por uns minutos. Hoje eu sou um boboca orgulhoso.

Tem fobia aguda de pessoas que batucam mal?
Acredito que todas as pessoas têm fobia aguda de pessoas que batucam mal, até mesmo as pessoas que batucam mal. É só uma questão de se atinar a isso. Da próxima vez que alguém batucar perto de você, certifique-se que há um amigo não-fóbico pra te impedir de arrebentar a cara do sujeito. Afinal, pra quê batucar? (Rafael derrama uma lágrima) PRA QUÊ?

Você votaria no Silvio Santos para presidente?
Sim. Ele faria aviõezinhos de dinheiro público ou daria a grana depois que um cidadão cumprisse alguma tarefa divertida; tudo isso seria filmado, televisionado e a popularidade dele só aumentaria, governando o país por uns 100 anos, formando a dinastia Abravanel. Gosto de círculos viciosos.

Na música "Sobre A Problemática Global" você diz que nunca esteve na Somália e nunca vai querer estar. Qual é o teu problema com a Somália? Um de nossos estagiários veio de lá e não gostou da piada.
Passa o endereço do estagiário e eu mando uma cesta-básica pra ele com um cartãozinho amistoso.

Você costuma embebedar as garotas para facilitar o flerte?
Descambando com a idéia de me dissociar da imagem de roqueiro sociopata transviado, sim. Mas isso porque a idéia da música gira em torno da sonofilia. Embebedar garotas pra elas ficarem fáceis é coisa de gente bonita, saudável.

Você fez isso com sua vizinha?
Minha vizinha é minha avó. E não.

Alexandre Gaioto, um de nossos apresentadores é leitor assíduo de Oscar Wilde, o que você tem a dizer pra ele?
(morrendo de vergonha, rindo com o maior dos desdéns, virando e pedindo um drinque ao João) Alexandre! Me acompanha num assobio?

Você tem vários fãs. Não apenas em Lençóis Paulista, como por exemplo a Pámela, de São Paulo.
Pois é, os fãs vão se espalhando por aí, isso é bonitinho!

Você tem fãs em Maringá?

Não sei dos fãs de Maringá. Se tiver algum, mando um salve, salve, simpatia!

Existe algum fã fanático extremista? Já atiraram objetos no palco?
Não. Fanático extremista, não. Geralmente eu convido os meus fãs pra almoçarem em casa e quebro totalmente qualquer estereótipo de deus servido com oferendas. Em contrapartida eu já atirei objetos do palco e deu merda.

Já vi uma comunidade no orkut de sua autoria, na qual você sugeria que as pessoas de Lençóis Paulista andassem peladas. Além disso, você tem algumas fotos espalhadas pela internet, nas quais você possivelmente está nu. Qual é o seu lance com a nudez?
(Rafael tem um ataque de espirros) Nudez, nesse caso, é muito mais um lance de alcoolismo do que de filosofia naturalista. Acho que todas as pessoas quando bebem querem fazer besteira e ficar nu em público é uma beleza de besteira. A comunidade é nada mais que um incentivo às pessoas, pra que entrem em enrascada e saiam um pouco de suas vidas felizes e tranqüilas que eu tanto invejo. Além disso é muito mais fácil flertar sua amiga se, além de bêbada, ela já estiver nua. Aliás, isso tudo é óbvio.

Qual a melhor atriz pornô?
A que a gente pode transar antes, durante ou depois de ver o filme.

Você ouve ou já ouviu o Garagem? Ou não tem nem idéia de porque eu estou te fazendo essas perguntas?
Ouvi alguns programas com o SuperQuase, depois de descobrir que tínhamos sido veiculados por aí. Eu toquei em algum programa? Tou por fora. (Rafael espirra)

3 comentários:

Sarah Ribeiro disse...

Os parênteses são os melhores...
ahuisauishiuahsiua
E depois sou eu quem manipulo as entrevistas
hunf.
Saúde pro Rafael!

Unknown disse...

A espontaneidade desse cara é demais!! Precisam ver uma entrevista em vídeo, pra conferir as expressões.

Unknown disse...

Rafael Castro é lindo! Lindo!