quinta-feira, março 29, 2007

Programa #39 (29/03/2007) - Entrevista com Hacienda

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O trio Hacienda (SP) durante a entrevista nos estúdios da Rádio Cesumar

Trilha

Hacienda (SP)
1ª música tocada: "Hacienda Mecânica"

Bloco 1

- Bandas engraçadas - ou que, pelo menos, tentam
Cueio Limão - "Prego"
Réu e Condenado - "União Soviética"
A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia - "Karl Marx Não Mora Mais Aqui"

- Bandas com nomes bonitos
Márvio - mais conhecido como Marvel - vocalista do Cabaret - "Rockstar Baby"
Ediméia Barreto - "Pequena Canção"
Pedro Petracco, baterista dos Cartolas - "Cara De Vilão"

Bloco 2

- Entrevista com Hacienda

terça-feira, março 27, 2007

Não é Ludov, porra!

Por Thiago Soares
Fotos por Jorge Mariano

Dia dez de março de 2007, mais uma vez a Panelinha Produções trouxe um grande show de rock alternativo para Maringá. A banda da vez foi a paulista Ludovic. Um show aguardado por muitos e que não desapontou ninguém. Mesmo com a forte chuva, o público maringaense compareceu ao Tribo’s Bar.

Só famosos: Johnes, Eduardo (expressão), Julio (Ludovic), Zek (Ludovic), Japinha, Dyo (Sulk), Alexandre Gaioto (Inbox), Jhoni e mais uma galera


Além do Ludovic, se apresentaram a banda maringaense A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia e a londrinense Silêncio!.


Por volta da uma hora da manhã, a primeira banda – A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia - subiu ao palco. Show insano. Nunca vi o público maringaense tão ativo no show dos caras. Elogios de todas as partes marcaram o show da Família Palim. Como sempre o momento mais aguardado do show não deixou a desejar.

Hassen e Hastür em um momento de interação

Sempre que os Palins tocam “A Burkha” coisas bizarras acontecem, dessa vez não foi diferente. Invasores de palcos, guitarras ao chão, banda no lugar do público e público no lugar da banda. Aconteceu de tudo no auge da insanidade do show da banda maringaense, que fechou com chave de ouro e deixou a próxima banda em uma situação complicada.

Alexandre Gaioto mais uma vez invade o palco

O Silêncio!, que subiu ao palco depois dos Palins, sofreu com o desgaste físico do público – menos de um gordinho de cinza que incansavelmente tentava agitar a galera. Apesar disso, a banda não se intimidou e mandou várias de suas composições. O show foi bem legal, as músicas são sinceras, porém, tocar depois daquele show que os Palins fizeram não era para qualquer um. Regados a Ypióca, o Silêncio! terminou o show, também arrancando elogios de várias partes. Inclusive da equipe Garagem que recebeu agradecimentos sinceros de Tiago Ponti, pelas “últimas palmas”.

Público atento e cansado

Para fechar a noite, subiu ao palco a tão aguardada banda paulista Ludovic. O público já esperava algo insano, isso porque nos cartazes havia frases que definiam o show como “o mais perigoso do rock nacional”. Era tudo verdade. Jair Naves, vocalista da banda é louco. O público ao vê-lo em cima do palco, também ficou louco.

Eduardo e Fábio, os únicos comportados do Ludovic

Jair Naves arrancou pedaços do palco, quase quebrou cadeiras, subiu em cima da bateria e quase agrediu os companheiros de banda. Deitou, rolou e ajoelhou em cima do palco. Saiu e voltou para o palco umas cinco vezes, com direito a uma volta em torno do bar em uma das vezes. O Ludovic encerrou a noite tirando suspiros de todo o público maringaense. O show do Ludovic é simplesmente indescritível.

Jair Naves: insano

Quando todos pensavam que a noite havia acabado, eis que surge Flávio Silva com a sua discotecagem dançante. Júlio, baterista do Ludovic, fez um show à parte. Empolgado com as músicas que Flávio Silva tocava, o baterista encarnou o Michael Jackson e dançou até às sete horas da manhã, levando ao delírio algumas garotas que, indignadas, fitavam o rapaz.

Júlio, do Ludovic (não temos fotos dele dançando)


Se você um dia tiver a oportunidade ir a um show do Ludovic, não perca, vá e tire uma foto do Júlio dançando.

quinta-feira, março 22, 2007

Programa #38 (22/03/2007) - Despedida com Américo de Castro, o Cardoso

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Américo de Castro, o Cardoso, tocando "Medos e Amores"

Bloco 1

- Homenagem a Daniel Guedes, Guedzilla, do Eletrofan
The Honkers - "This Is An Old World"
Shar - "Estação Da Luz"
Eletrofan - "Closed Smile"

- Bandas surda-mudas
Ouvidos Calados - "Duas Vontades"
Ecos Falsos - "O Bom Amigo Inibié"
Silêncio! - "O Que Você Me Fez"

Bloco 2

Entrevista com Américo de Castro, das bandas Nomads e Cardoso's Efusiveness
Versões acústicas de:
"Medos E Amores"
"Spectra"
"As Únicas Coisas Eternas São As Nuvens" (frase de Mário Quintana) / "Nel Mezzo Del Camim..." (poema de Olavo Bilac musicado)
"Cardoso's Song" (cover d'A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia)

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quarta-feira, março 21, 2007

Carnaval e Rock

Por Lizandra Gomes
Fotos por Alexandre Gaioto

Segunda-feira de Carnaval. Com certeza a maior parte das pessoas passou a festa em algum trio elétrico, ou na praia, ou quem sabe em algum clube dançando marchinhas.

Mas o Carnaval da equipe Garagem e de alguns populares foi diferente. Sem marchinhas, sem confetes, e sem lança-perfume, a equipe Garagem pulou Carnaval no Tribo's Bar. Pode até parecer impróprio, mas com as quatro atrações da festa, com certeza valeu muito a pena trocar a viagem para a Ilha do Mel.

A noite começou com Rafael Souza, alguém que, com certeza, os freqüentadores do bar nunca tinham visto pelas redondezas. Rafael é de Manaus. Ele viajou mais de 9.000 km para fazer a mini-turnê no Paraná (Londrina no Grito Rock e Maringá no Tribo's). Sem All Star e sem carteira, o amazonense comanda sozinho um notebook, um violão e uma gaita. O notebook faz a percussão e ele canta e toca músicas no estilo "space rock". O único problema é que devido à chuva e ao Carnaval, a galera não compareceu massivamente.

Rafael Souza de Manaus: voz, violão, gaita, notebook e um banquinho


Depois do Rafael Souza foi a vez dos Droogies de Londrina subirem no palco. Molecada com o espírito punk do rock. A banda chamou mais gente para frente do palco, a galera se animou com o som mais pesado. Quem olha para a cara do Salsicha (baixo e voz) não imagina a potência que tem sua voz, fazendo jus à camisa do AC/DC que veste. Mas o que mais impressiona no show dos Droogies é o guitarrista Felipe Teixeira. Esse, junto com o outro guitarrista, Taniguchi, veste a camisa da banda. O seu diferencial é que ele usa a camisa colada, a calça coxada e cabelo jogadinho. Não, ele não é o Chuck dos Forgotten Boys. Mas me falou durante a tarde, que era muito fã.

Droogies e suas calças apertadas


Durante o show, Teixeira roda a cabeça, 'anda' pelo palco, escorrega com os joelhos no chão, enfim, pratica as atitudes típicas de um bom roqueiro. O show inteiro foi marcado por músicas próprias, com exceção de um único cover que fizeram dos Misfits já no final.


O show mais esperado da noite foi o do powertrio Hacienda. Quando avisei que ia resenhar o show deles, me pediram para falar do figurino, o que na minha opinião, foi o de menos. Na verdade, cada um tem um estilo próprio. Leandro, o baterista, tem um estilo indie, enquanto o guitarrista Victor, que em suas horas não vagas é bombeiro, parecia estar bem à vontade de bermuda e camisa larga com os primeiros botões abertos. O baixista Chenepan parece ser indiferente a tudo isso, de camiseta surrada e calça jeans desbotada como todo baixista que se preze.

Hacienda (SP): um dos shows que você precisa ver na vida


Mas como isso aqui não é desfile de moda, o que vale a pena mesmo dizer, é que foi um show do caralho, se me permitem a expressão, já que era isso que eu ouvia no intervalo de cada música. Alexandre Gaioto assistiu o show dos caras em Londrina e não se continha. Toda hora me dizia: "Muito bom! Muito bom!".

A galera pulou, cantou junto e ficou arrepiada com os gritos de Chenepan. Houve também, pedidos da música "Hacienda Mecanica". Sem falar no baterista mais insano que já vi na vida! Ele mata pau com as baquetas! O rock 'n roll deles é indescritível!

O ponto alto do show foi quando Victor, o guitarrista, em um momento de muita empolgação tocou guitarra com os dentes, levando a galera ao delírio. Em outro momento de extrema empolgação, Victor pulou no meio da galera e continuou a tocar por entre os populares que presenciavam o espetáculo musical.

O último show começou bem, já que quem apresentou a banda, foi nosso amigo e companheiro Alexandre Gaioto: "de Brasília, a banda Mardi Buscolini".

Mardi Buscolini para todos os lados


Os brasilienses começaram e terminaram bem. Seguiram uma linha reta durante o show inteiro. Foi um show divertido, mesmo sem muita insanidade. O que impressiona na banda, são os três guitarristas comportados. O show começou e acabou como se esperava. E assim se foi mais um carnaval!

quinta-feira, março 15, 2007

Programa #37 (15/03/2007) - Entrevista com The Droogies

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The Droogies durante a entrevista tocando "Hey Pretty Baby"

Trilha
The Droogies (PR)
1ª música tocada: "Street Stripper"

Bloco 1
- Bandas e artistas que se perdem
Os Fliperamas (RS) - "Me Procura"
Centeio - "Perdi Por Procurar"
Wander Wildner (RS) - "Pablo, Adonde Estas?"

- Bloco para o poeta maringaense Marciano Lopes e Silva
Guilherme Costa (PR) - "Vergonha"
Madan (PR) - "Câmera Indiscreta"
Rafael Souza (AM) - alguma que a gente não sabe o nome

Bloco 2
Entrevista com
The Droogies
Versões acústicas de "
Hey Pretty Baby" e "Loneliness"

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Extra: Frank The Tank no Fábrica V12 hoje!


Show surpresa no Fábrica V12 (antigo Fábrica Rock) do Frank The Tank.
Será o show de despedida de Renan Zanatta, vocalista, que está de mudança para o litoral.

Ingressos por R$5 até a 00h 30 ou apresentando R.A.

Aproveite! Prestigie!

quinta-feira, março 08, 2007

Programa #36 (08/03/2007) - Entrevista com Bazar Pamplona

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Bazar Pamplona durante a entrevista no Estúdio B
Trilha
Bazar Pamplona
1ª música tocada: "A Música Que Ninguém Nunca Escutou"

Bloco 1

-
Homenagem a Elias Gomes de Paula e suas indicações de bandas duvidosas
Urbanóides - "Brave New World"
Terminal Sul - "Eu Não Sei"
Toni Madeira - "Osso Duro De Roer"

- Bloco em homenagem a Fernando Rosa, o Senhor F
Beto Só - "Isadora"
Suíte Super Luxo - "Ad Hoc"
Super Stereo Surf - "Tuff Tuff, O Rebelde"

Bloco 2

- Entrevista com Bazar Pamplona
Versões acústicas de
"Curta-Metragem"
"Só Pra Te Ver Um Pouco"
"Um Dia Cor De Laranja"
"Declaração"
"O Banana" (cover de Superguidis)
"Quem Eles Pensam Que São"

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sábado, março 03, 2007

Grito Rock Londrina

Por Alexandre Gaioto

O Grito Rock, festival de rock and roll que aconteceu simultaneamente em 15 cidades brasileiras, entre os dias 17 e 21 de fevereiro, não deixou o Paraná fora do mapa. Em Londrina, o festival teve divulgação pesada, contou com belos novos nomes do rock e ainda foi agraciado com o não comparecimento massivo do público.

O Grito londrinense foi divulgado no jornal Folha de Londrina - o maior da cidade - e até na Jovem Pan. Isso deixa claro uma diferença cultural muito grande, já que no Paraná, ao contrário das outras 14 cidades que produziram o Grito, o público tem o costume de aproveitar o feriado e descer para o litoral. Mesmo assim, correndo o risco de não restar ninguém em Londrina, os shows foram agendados. Aplausos à organização pela coragem!

Bom, a noite começou com uma surpresa. O GAF, de Londrina, se apresentou com energia e peso surpreendentes. Com influências de Limp Bizkit e Rage Against, os caras contam até com um DJ. O vocalista Marcelo dos Santos, o Sapão, explica que a paixão pelo skate e por essas duas bandas fizeram com que o GAF (Garotos Antenados Falantes) surgisse. Sapão é um cara politizado. Tanto que no final do show, ele gritou por paz. Sapão até compôs uma música sobre George Bush e Saddam Hussein. Ele explica o engajamento pacifista no show e o efeito causado: “A melhor parte do show é quando a bateria fica tocando, aí ela (bateria) pára e eu grito e peço para todo mundo gritar PAZ. E paz é o que todos nós queremos. Você não quer paz?”. O pacifista revela ser um admirador -em parte- do vocalista do U2, Bono Vox: “o problema é que ele faz isso pra ganhar dinheiro”. Palmas para Sapão.


O pacifista Sapão

Os segundo a se apresentarem já são conhecidos dos assíduos leitores do blogue: Junkie Bozo. Belo trabalho o dos caras! Belo também era o vestido de Tais Ponti, a incrível, a fantástica, a inconfundível baixista da banda. Junkie Bozo nunca seria Junkie Bozo, sem Tais Ponti e seus vestidos exóticos. A primeira coisa que Thais disse quando me viu, foi: “Dessa vez não é de bichinho!” e apontou para o seu vestido. Esperto como uma raposa, astuto como um leão, eu aproveitei e olhei bastante. O vestido, claro. Depois de alguns minutos, balancei a cabeça concordando que realmente não era de nenhum bicho. Notei que o belo vestido verde de Tais deixava aparecer nas costas um pedacinho de tatuagem em forma de tablatura. Com um sorriso amável, Tais explicou que fez aquela tatuagem há uns dois anos, e que aquela era a tablatura de “All you need is love”, dos Beatles. Maravilha!!! Aproveitei para questionar algo que já queria perguntar a muito tempo. Os vestidos exóticos são uma arma na sedução? “Não..simplesmente eu”. Tais tem um armário cheio de vestes “exóticas”: “Eu tenho vestidos de cobra, onça e zebra. Só não tenho de vaca!”, revelou a incrível Tais Ponti com um delicioso sorriso nos lábios e um par de sapatos de oncinha nos pés.


Taís Ponti e seus exóticos pés de oncinha

Depois do Junkie Bozo, os roqueiros inconseqüentes do Hacienda incendiaram por completo o Berimbar. Um show simplesmente eletrizante, do início ao fim. O trio apresentou um punk rock em essência, mas um show que foi além, revelando as qualidades individuais e a qualidade coletiva da banda. Um baterista brilhante, vocais ora gritados, ora rasgados, ora intimistas... Foi um show intenso. A prova da intensidade louca que o Hacienda faz em suas canções está em “All you got”, “Hacienda Mecânica” e em todas as outras do repertório. E já que estamos comentando o vestuário com certa freqüência nas resenhas, vale atentar para a moda particular do guitarrista Victor. O cara usa um grosso meião de futebol azul, uma bermuda branca jeans e uma camiseta havaiana (sem o colar típico). Uma moda bem particular. Eu já conhecia o trabalho dos paulistanos do Hacienda e não achei que eles fossem capazes de reproduzir ao vivo o primoroso Ep “Hunting Season Open” (disponível gratuitamente no site

www.hacienda.com.br ). Não continue essa leitura antes de baixar o EP.


O baixista e um dos vocalistas do Hacienda, Fábio Chenepan

Hacienda rolando por aí e agora é a hora do Silêncio. Thiago Ponti, irmão da incrível, a fantástica, a inconfundível, Tais Ponti, lidera a banda londrinense. Fazendo caras e bocas, o guitarrista e jogral, Thiago, deixa se levar pelo clima da banda e não se segura em cima do palco. Dançando conforme a música, Thiago Ponti sofre, pula e viaja enquanto executa as canções. Totti, no baixo, também se esforça para acompanhá-lo. Silêncio é uma banda que já está pronta e que não fica, em hipótese alguma, “presa” ao público. É uma banda que se diverte com muita competência e faz um show sincero, com músicas sinceras.


Thiago Ponti não se segurou

Depois de Thiago, Totti e companhia, é hora da banda de Brasília, Mardi Buscolini. Assim como Hacienda (SP), sou fã do som dos caras. Antes do show, em conversa reservada (banhada a algumas cervejas), o vocalista Thiago Sabadini polemizou: “Os caras do Fresno não são ruins!”. A declaração foi o suficiente para despertar o riso e a revolta coletiva dos integrantes da Mardi - incluindo as respectivas namoradas. André, o produtor, disse para Thiago parar de falar “merda” e que ele já estava “queimando o filme da banda”. Em meio a um certo tumulto, Thiago tentava consertar, dizendo que a música era ruim, mas os músicos, individualmente, eram bons. Muitas risadas. Quase uma tragédia. Thiago é um cara de opinião. Há alguns anos atrás roubaram o seu Fusca amado. Talvez a falta do Fusca seja a grande responsável por seu gosto por Fresno.

O show! Recuperado o clima de paz, a banda sobe ao palco não sem certo espanto com a rapidez com que as coisas estão acontecendo. Afinal, a Mardi Buscolini fez ali o seu 5º show. Em cima do palco, a Mardi Buscolini leva três guitarras bem trabalhadas, um baixo criativo e o vocal melancólico de Thiago. Entre os guitarristas, destaque para André, que parece sempre estar recebendo “entidades” enquanto olha para o teto e fica a balançar levemente o corpo, como se o seu próprio corpo estivesse possuído por um espírito, fantasma, ou algo do gênero.

Um problema técnico esfriou um pouco o show dos caras. Só um pouco. Logo em seguida, desfilaram as excelentes “Antemanhã” e “Encontro”. Os caras encerraram com “Intervalo”, o suficiente para que eu ficasse entoando mentalmente o refrão “Cair sobre o mundo é um risco lá lá lá...”. Uma coisa incrível: A demo da Mardi tem a surpreendente rejeição zero!


Mardi Buscolini agora sem Fusca

A próxima atração da noite, o Trilobit, de Londrina: Nunca tinha visto o show do Trilobit. Dj, baixo e guitarra, eis a receita para o público não ficar parado um segundo! Todos os músicos usam macacão verde. O baixista que tem sua identidade preservada a sete chaves, só toca com uma máscara de macaco. Já o Dj, usa um óculos de operário de construção e constantemente realiza gestos obscenos. É, é uma banda bem diferente. Um rock quase debochado e contagiante. Questionei algo sobre os macacões e dois integrantes ficaram durante cerca de dez minutos (é sério) tentando lembrar qual a data do primeiro show em que usaram os macacões. A divergência era que um deles dizia que foi no show realizado na galáxia Osbourne, em 2008, e o outro músico, revoltado, dizia que não. O show teria, sim, acontecido na Galáxia Osbourne, mas no ano de 2010. É, eles são estranhos.


Os verdes do Trilobit distantes da Galáxia Osbourne

Mas não menos estranhos do que Raphael Souza, o Jungle Boy. O homem que veio (sozinho) de Manaus, com uma bagagem extremamente portátil: 2 mochilas, um laptop, um violão e uma carteira portando seus documentos. Raphael Souza, o Jungle Boy, fechou a noite com chave de ouro. Seu show intimista mistura músicas acústicas em formato folk, com música eletrônica. E adivinha quem Jungle Raphael angariou para a primeira fila do show? Quem? Quem? Quem? A fantástica, a incrível, a inconfundível baixista do Junkie Bozo, Taís Ponti. Taís estava lá, praticamente abduzida pela voz doce e melancólica de Raphael Boy. A moça não desgrudou um segundo (um segundo!) da frente do palco, de tão envolvente que estava o show.

Jungle é uma figura estranha. Apresenta um show fantástico com voz, violão e gaita. Canções próprias, belas melodias, um belo show. Mas a parte que Raphael Jungle mais gosta é a parte em que ele larga o violão, corre em direção ao laptop e solta voz. Sem o violão!!! Artista audacioso, Raphael não pára por aí. Num dado momento, larga até o microfone. Ele assume a posição de DJ e executa uma base de sua autoria. Sem violão, sem gaita e sem microfone. O destemido Raphael Boy enfrentou não só o público londrinense, mas também o maringaense, abrindo a noite que contou com o Hacienda, Mardi Buscolini e os Droogies no TRIBOS BAR. Se aqui em Maringá ele encantou e surpreendeu com “Like a Rolling Stones”, de Bob Dylan, por lá ele mandou no violão “Blackbird”. Corajoso, Jungle Souza fez até um cover de Depeche Mode, em Londrina. É realmente um artista que ama seu trabalho e que luta para realizá-lo.

Ao término da apresentação, Raphael desliga seu violão do cubo e se depara com a ausência de sua carteira! O erro de Raphael! Ter deixado sua carteira em cima do amplificador. A fantástica, a incrível, a inconfundível baixista do Junkie Bozo, Taís Ponti, não consegue esconder sua irritação. Ela tenta se lembrar de todas as pessoas que poderiam ter roubado a carteira do Jungle. Mistério. Suspense. Luzes acesas, todos procurando a carteira. Alguém comentou: “Roubo? (gargalhadas) Isso é no que dá chamar gente de Brasília!!!”. A piada não funciona. O imbecil autor da piada ri sozinho, perde a graça e depois se redimi “Estou brincando”. Incrível como em todo momento de tensão sempre surge um imbecil com uma piada imbecil. Mas foi engraçado.


Quem roubou Raphael Souza, o Jungle Boy, não tem coração

Tais consegue se lembrar de alguém que se aproximou de Jungle Raphael, no final do show. Raphael se recorda desse cara também. Ele se aproximou para cumprimentá-lo e confessou ser um fã. Pois bem, esse fã não era um fã. Era um larápio disfarçado de fã. Um marginal. Um imbecil.