segunda-feira, junho 15, 2009

Entrevista com o Vanguart



Como todo mundo sabe o Vanguart esteve aqui em Maringá no último dia 11 como atração principal do festival “Junho do Rock”.
O show no Calil Haddad durou mais de uma hora, e apesar do teatro não estar lotado, só ouvi elogios daquela noite.
Pois bem, no final do show eu (Lizandra Gomes), a jornalista Sarah Ribeiro, o fotografo Zuba Ortiz (programa Arquibancada) e a cinegrafista Mayara Gasparoto (companheira de Tocando o 7) fomos até o camarim dos caras bater um papo amigável.
Essa entrevista vai ser transmitida durante a programação da Rádio Universitária Cesumar (94.3FM) nessa semana. E as imagens feitas pela Mayara em breve estarão no You Tube. Vale a pena conferir.
Só lembrando que a entrevista aqui transcrita está sem censura e nem edição.


Gomes: Primeiramente, parabéns pelo show, foi muito legal...
Hélio: Ah, que bom. Você falando assim eu vou até acreditar.

Gomes: Vocês estão aqui pela segunda vez, como é voltar à Maringá?
Hélio: Pô, muito legal. A primeira vez a gente tocou era cinco da manhã, a gente nem lembra direito, porque ai você sabe, né?! Fica naquela espera ansiosa pelo show, quando você vê já ta bêbado.
E hoje não. Horário familiar e tudo. Olha a cara da rapaziada, que cara boa. Entendeu? Tomando água...
E.. Muito bacana, o público daqui é muito legal, o Paraná é fantástico. Como eu falei a gente é daqui, então a gente tem uma proximidade legal.
Reginaldo: A piadas foram terríveis. Não pediram bis, a gente que voltou.

Gomes: A primeira vez que vieram, eram uma banda independente, agora são assinados com a Universal, o que mudou com isso?
Hélio: Ah, eu acho que a gente foi crescendo aos pouquinhos assim, degrau por degrau, e a gravadora foi mais um degrau que a gente subiu.Hoje estar com uma gravadora já é diferente de antigamente, não quer dizer que você ganhou na loteria, nem ta feito na vida. É mais uma parceria que a gente tem com eles e ta sendo bacana, assim.
Hãã, no fundo mesmo, o que mudou não é nada, porque a gente continua com o mesmo sentimento na hora de subir no palco, de tocar, de fazer música, isso é o principal. As vezes quando as pessoas falam ‘Ah, vocês não são mais independentes’, a gente fala ‘Ih é memo, né?! Nem parece, a gente continua independente musicalmente.’

Sarah:Teve algum momento que vocês sentiram, “Ih, é agora, a gente vai estourar”?. Teve algum acontecimento? Ou não? Foi uma coisa natural?
Gomes: Semáforo talvez?
Hélio: Não, então, Semáforo...
Douglas: A gente não estourou.
Hélio: Éééé...Exatamente. Esse negócio de estourar é muito relativo. Acho que o mais bacana é que a gente não estourou, que a gente ta conquistando aos poucos essas coisas. Éééé, eu esqueci o começo da pergunta...
Sarah: Se teve algum ponto que vocês falaram que era agora..?
Hélio: Na verdade só tiveram pontos que a gente falou “E agora?! Fudeu!”
Reginaldo e Hélio (não dá pra identificar quem é quem): Na verdade era “E agora?!” não “É agora!”. “E agoraa?!!” (milhões de risos).
Hélio: A gente passou por vários momentos e acho que vamos passar por muitos ainda. E vamos nos questionar e falar, será que isso que a gente ta fazendo ta certo e tal?
E a gente sempre respondeu sem resposta. Tipo, vamos tocar e ver o que acontece e foi assim.
E sobre essa coisa do estourar foram passos devagarzinho que a gente vai dando.E a gente vir tocar num teatro como esse, sabe?! Ter pessoas ali... O teatro não tava lotado.. E... Estourou, estourou a banda. (Cai a carteira do David no chão, todos dão risada)
Hélio: E acho que pra gente é mais interessante tocar num teatro assim que nem tava tão lotado, mas que tinham os nossos fãs, pessoas cantando as nossas músicas e ouvindo, sabe?
Principalmente porque há três anos atrás, pra você ter uma banda pras pessoas ouvirem, era loucura, era suicídio. Tinha que ter uma banda pras pessoas dançarem, se mexerem e falar “Yeah, yeah, yeah”. E a gente conseguiu o mais difícil que é tocar e continuar tocando sem precisar falar alto e poder se dar o luxo de gritar só no bis.

Gomes: Em relação às composições, continuam as mesmas? Continua sendo Hélio Flanders no quartinho dele, escrevendo, compondo, gravando?
Hélio: Ééé, algumas, né?! Algumas eu componho com o Reginaldo, a gente tem feito muitas coisas juntos.
Gomes: Reginaldo que até cantou nesse show.
Hélio: É, a gente ta exigindo muito dele.
Reginaldo: A gente sempre fez coisas juntos. Mas em português... A gente sempre compôs em inglês juntos, e a gente ta começando a experimentar isso. Liberar isso na gente.
Hélio: Perdendo o medo. Mas assim, o sentimento é o mesmo. Se a gente tivesse em Cuiabá hoje... Pô, se passaram três anos, quatro anos, não estaria fazendo a mesma coisa. Então em São Paulo muito menos. A gente ta escrevendo pra ver o que acontece. O próximo disco vai ser uma surpresa até pra gente.
Isso que dá vontade na gente, “Pô, vamos ver o que vai acontecer” musicalmente falando aí.

Sarah: Vocês comentaram essa questão das músicas em inglês...Curiosidade particular minha, tem algum motivo para vocês comporem mais em inglês ou é gosto particular mesmo?
Gomes: Aliás, a banda de vocês é uma banda trilingue, né?! Compõem em inglês, espanhol e português...
Hélio: Na verdade somos uma banda poliglota, a gente também pratica o dialeto.
A gente também fala o dialeto cuiabano.
Hélio (em dialeto): Excrusives, eu vô responder essa no dialeto. É o seguinte, no começo a gente tocava em inglês porque era o som, intendi?! Fazia os sons que pedia, assim, entendi?! Grunhando, grunhando, quando via já tava pronto. Depois começamo a querê falá a língua da rapazeada, intendi? Né Davidi?! Davidi fala bem o dialeto.
David (em dialeto): Eu falo o dialéto, mas num, num me responsabilizo por ninguém nem nada, não.
Hélio (volta ao normal): Basicamente, no começo a gente tinha uma veia de folk americano, de Neil Young e Bob Dylan, que era muito grande. Então naturalmente, eu era moleque e estava escrevendo inglês. Isso é algo que mostra que o Vanguart nunca teve pretensões comerciais. A gente queria fazer música inglês, no quarto, ai “vamos fazer um showzinho”. Ai quando rolou “Semáforo”, a primeira música em português, ai eu falei “Ah, vamos embora, por que não?!” Será que a gente faz em português? Por que não?!... E aí rolou e continua assim.
Douglas ou Reginaldo(não consegui identificar a voz): E também tem esse detalhe, nenhuma música foi traduzida pro português ou para o inglês. Sempre compomos na língua que elas são.
Hélio: Por isso que elas são diferentes. Se você pegar o Vanguart inglês e português são duas bandas diferentes. A gente tem que aprender a compor mesmo, arranjar e tudo.

Gomes: E na revista Outra Coisa, Hélio, você comentou que o álbum The Noon Moon representava o que era o Vanguart.
Hélio: É dá pra entender aquele Vanguart. O que mudou vocês vão saber no próximo ano, com nosso próximo disco. (Muitos risos)
Não, o disco nem saiu, nem vai sair.
Mas é basicamente isso. A gente... Só isso.

Sarah: E teve uma viagem que você fez pra Bolívia, foi antes ou depois de formar o Vanguart como banda?
Alguém grita: Foi antes!
Sarah: E o que você trouxe de bagagem que ajudou a compor a banda?
Hélio: Licitas ou ilícitas?
Sarah: Fica a seu critério responder, eu não me responsabilizo.
Hélio: Eu me lembro que eu trouxe alguns alucinógenos, eu trouxe uma planta originária ali do altiplano, que eles chamam de “Chi cha chan”
Reginaldo grita: A mostarda!
Hélio: Além da mostarda, uma mostarda maravilhosa, da marca Kris, com K, que vende só em La Paz, e é maravilhosa, você pode comer ela pura, ou com arroz, fica uma delicia.
Eeee... Artisticamente falando, eu trouxe canções. Porque eu fiquei lá exilado 9 meses, não tinha nada pra fazer a não ser ficar louco e escrever músicas. Ai eu voltei com essas coisas e falei “Ah, vamos tocar”.
David: Ainda bem que é rádio universitária, se fosse rádio católica ia ser complicado.
Hélio: Mas é isso aí.

Gomes: Eu tava olhando no blog de vocês e eu vi a promoção da gaita. A gaita do Hélio Flanders. Pra quem fizesse um vídeo levava...
Hélio: A promoção está rolando... Is rolling.
Gomes: Ah, é até primeiro de juLHO?!!
Hélio: Os vídeos estão chegando. A gaita é essa, eu vou usar até o dia, porque é assim, se eu der uma gaita muito usada... É foda!
Reginaldo ou David (não lembro) grita: Nojeeeeeeeeeeeeento!
Hélio: É nojento e ela desafina. E essa é nova assim, eu usei ela poucas vezes e ainda ta afinada. Não vou dar uma gaita desafinada pro cara, né?!
A promoção está rolando, mandem os vídeos.
Gomes: E vem com um encarte, como tocar gaita como Hélio Flanders?
Hélio (meio tímido): Nãã, éééé. Pra tocar gaita como eu é só fazer pra frente e pra trás. “Fon fon”. Já era, só isso! É muito simples, gaita é só assoprar.
Um dia eu vou aprender a tocar também.

Gomes: Muito obrigada pela presença de vocês. Por disponibilizar esse tempo, aqui... Espero que vocês voltem pra Maringá.
Sarah: É isso mesmo gente, muito obrigada, foi um prazer ver vocês.

Gomes: Queria aproveitar e agradecer a presença da nossa cinegrafista Mayara Gasparoto, nosso fotografo Zuba Ortiz.

Hélio: Bom, eu queria agradecer vocês pela gentileza e simpatia. E eu queria que se possível essa entrevista fosse editada, porque você sabe, né?! É foda!
E dizer que é isso rapaziada, façam música, escrevam suas próprias músicas, fiquem doidos só no fim de semana e vamos lá!

Aproveitando os agradecimentos, gostaria de agradecer a Jany Lima do Programa Credencial, que foi super simpática com a gente. Também ao produtor da banda que liberou a entrevista, e claro, ao querido sr. Flávio Silva pela correria.
Ah, sem esquecer da presença da banda Charme Chulo que confirmou entrevista na rádio ao vivo dia 26.
Um beijo a todos!

3 comentários:

Wellington Nunes disse...

Muito boa a entrevista... E excelente apresentação do Vanguart! Se não tiverem nada de importante para fazer dá uma passada no meu Blog:

ultrasound0.blogspot.com

Se gostar indique para os amigos!

Wellington Nunes

jovem disse...

depois dessa até merece um link lá, ein haeahahae beijocas.

Unknown disse...

Aeeee muito loco esses cara! legal pra caraio o som deles, só não curto muito as paradas que eles fizeram junto com a mallu magalhães... rs...

Mas o som deles saum do caraio...


Heim... será que rola Kafeina Core no Garagem?

deem uma sacada no nosso som ai
www.kafeinacore.com.br ou ai www.myspace.com/kafeinacore